terça-feira, 2 de outubro de 2007

Cancro dos ovários e dos testículos gera divórcio, diz estudo


"Os casais nos quais um dos cônjuges sofre de cancro do colo do útero ou de testículos apresentam maior probabilidade de se divorciar.

O estudo realizado por pesquisadores noruegueses demonstra que a maioria dos tipos de cancro leva a uma ligeira diminuição da taxa de divórcio durante os primeiros anos depois do diagnóstico, excepto no caso desses dois tumores.

A pesquisa, que comparou as taxas de divórcio de 215 mil sobreviventes de cancro com as de casais sem a doença durante um período de 17 anos, foi apresentada na Conferência Europeia do Cancro, realizada em Barcelona. Os pesquisadores descobriram que as mulheres que sofreram um tumor do colo do útero têm 40% a mais de probabilidades de se divorciar.


Da mesma forma, os homens que superaram um cancro de testículo têm 20% a mais de possibilidades de se separar do que os que não tiveram a doença.
A doutora Astri Syse, pesquisadora do Registo Norueguês do Cancro, de Oslo, sustenta que são vários os factores que podem explicar que o risco de divórcio só aumente nos casos de cancro de colo do útero e de testículo. Os dois tipos de cancro ocorrem sobretudo em pessoas jovens, afectam a intimidade e levam a uma diminuição do desejo, da libido e da fertilidade.


"É possível que os problemas sexuais ou um enfraquecimento das gratificações emocionais da união sejam bastante devastadores no começo de uma relação", afirma Syse. Segundo a pesquisadora, o risco de divórcio de pacientes de cancro do colo do útero aumenta 69% aos 20 anos, mas cai 19% aos 60 anos, o que indica que "o risco de divórcio diminui com a idade".

"A mesma tendência é observada nos homens que sofrem de cancro de testículo", acrescenta a médica, que destaca, no entanto, que existe uma menor probabilidade de separação quando o cancro se estendeu e nos tumores com pior diagnóstico.

Os resultados também desmentem que os maridos sejam mais propensos a deixar as mulheres após um cancro de mama, já que, segundo o estudo, as sobreviventes registam uma redução de 8% de risco de divórcio, em comparação com as mulheres casadas que não sofreram a doença."

Fonte: Diário dos Açores

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