segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Pílula anticoncepcional pode prevenir câncer ginecológico


«Quando surgiu, no final dos anos 50, a pílula anticoncepcional gerou uma verdadeira revolução de costumes na sociedade ocidental, basicamente por separar sexo de gravidez. A mulher pôde então decretar sua liberdade sexual e acabou ganhando um forte aliado rumo à conquista de mais espaço no mercado de trabalho e na igualdade de direitos com os homens. Muito tempo passou, novos conceitos surgiram, a tecnologia avançou e hoje existem mais de cem tipos de anticoncepcionais à base de hormônios disponíveis no mercado brasileiro, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A diversidade porém criou um grande número de dúvidas e informações desencontradas sobre o uso correto do medicamento e seus efeitos colaterais. Um dos maiores receios das mulheres no entanto é o risco de desenvolver câncer devido ao uso prolongado da pílula.

Mas eis que surge uma boa notícia. Especialistas da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, realizaram um dos estudos mais extensos já desenvolvidos sobre o assunto, e constataram que não há motivo para grandes preocupações. Os resultados da análise feita em 46 mil mulheres ao longo de 36 anos - metade delas usuárias da pílula - mostraram que o risco de desenvolver algum tipo de câncer ginecológico foi 29% menor entre as que tomavam o medicamento.

A pesquisa reforçou o que os médicos já sabiam: os anticon-cepcionais diminuem os riscos de tumores ginecológicos, no ovário e no endométrio (mucosa que envolve a parede uterina). Os especialistas comprovaram também que os efeitos benéficos da pílula são ainda mais fortes em mulheres entre 40 e 60 anos, prolongando-se por anos após o fim do uso.

As pílulas investigadas na pesquisa eram do tipo mais antigo, com altas doses de hormônio. Especialistas brasileiros já confirmam os benefícios das pílulas, inclusive as de baixas doses hormonais. “O anticoncepcional protege contra o câncer de ovário, pois o deixa em repouso. Quem toma a pílula está protegia por muitos anos e até mesmo depois que encerra o uso. Mas não deve-se to-mar apenas com o intuito de se proteger do câncer", endossa e a-lerta a ginecologista Lenaide Silva Rodrigues. “Anticoncepcional não é usado apenas para evitar gravidez, mas também para tratar ovário policístico e até mesmo contra a anemia, além de trazer benefícios também para o endométrio. Quem toma anticoncepcional está se protegendo."

A engenheira Carmem Rocha se considera benefiada pelos efeitos da pílula, apesar de algumas reações adversas. “Sentia muita dor de cabeça, mas era porque nunca tomei a pílula regularmente. Também ficava com os olhos ressecados. Usei porque tinha ovário polimicrocístico e a pílula resolveu meu problema", diz.

Pílula aumenta atividade cardiovascular

A ginecologista Lenaide Silva Rodrigues considera que o risco maior de quem toma anticoncepcionais são os distúrbios vasculares que podem ser causados por esses medicamentos. Por isso mesmo, ela não indica o uso entre as mulheres fumantes, principalmente as que estão acima dos 35 anos. O uso da pílula, segundo ela, também não é recomendado nos casos de flebite (inflamação nas veias).

Um dos sintomas também re-lacionados com o uso da pílula é o aparecimento ou aumento das varizes, justamente pela intensa atividade cardiovascular. "Mas isso não é motivo para deixar de tomar", comenta a ginecologista, que diz já ter atendido a um caso de paciente com derrame supostamente provocado pelo anticoncepcional.

"Algumas mulheres reclamam muito de ter dor de cabeça, de-pois que começam a tomar a pílula. Nesse caso, elas devem parar e investigar se o problema tem outras causas. Existe até mesmo o risco de um acidente vascular cerebral", comenta Lenaide.

Dosagens e tipos

Segundo Lenaide Rodrigues, as pílulas antigas tinham uma dosagem muito grande de hormônios, o que realmente causava alguns efeitos indesejáveis às mulheres. Mas hoje elas são produzidas com dosagens mínimas, de acordo com a médica, o que faz diminuir também as contra-indicações. Como algumas mulheres possuem certa intolerância aos hormônios estrogênio e progesterona, base de alguns comprimidos contraceptivos, foi criada a pílula mista, num combinado hormonal.

"As pílulas antigas davam restrição hídrica e isso fazia aumentar o peso nas mulheres. As mistas e as de baixas dosagens produzidas hoje não aumentam o peso. Mas depende do metabolismo da pessoa. Tem mulheres que perdem peso, outras que aumentam. Mas a maioria mantém o peso", explica a médica, ressaltando ainda que, na verdade, em muitos anos de consultório, nunca viu
nenhuma mulher perder peso, nem aumentar também.

Hoje existem no mercado, a-lém das pílulas convencionais, via oral, outras opções de anticoncepcionais, como os injetáveis, adesivos, implantes subdérmicos e ainda o dispositivo intra-uterino hormonal (DIU) e o anel vaginal. "Se puder escolher, prefiro que não seja via oral, pois é metabolizado pelo fígado. Os adesivos e os injetáveis vão logo para a circulação.

Hoje é grande a variedade de preços e produtos no mercado. "Tem pílula na farmácia que cus-ta cinco reais. Mas essas especiais, com dosagens diferenciadas, chegam até quarenta e cinco reais", informa a ginecologista. Segundo ela, nos postos de saúde municipais, são distribuídas apenas as pílulas do tipo mais comum, de baixa e média dosagens.

A ginecologista porém alerta que, antes de tomar qualquer modadalidade de anticoncepcional, deve-se procurar um médico, para que ele indique a melhor opção para o seu organismo.

Ação no corpo

A pílula age no organismo feminino inibindo a ovulação, que é a preparação do corpo para receber o espermatozóide e, daí, uma possível fecundação. "E quando a mulher é jovem ovula muito. Parece até uma chaleira em ebulição. Os ovários estão muito ativos; e a pílula faz com que eles descansem", explica Le-naide Silva Rodrigues. Segunda ela, outra ação positiva da pílula é o equilíbrio hormonal que ela proporciona, mantendo os níveis de estrogênio e progesterona.

Por ser um dos métodos mais simples e práticos, na avaliação da médica, a pílula é tomada por muitas mulheres, de várias idades, no Rio Grande do Norte. "Hoje, meninas de doze anos já estão tomando pílulas de baixa dosagem hormonal. Até mesmo mulheres na menopausa estão usando anticoncepcional por vários motivos. Antes o limite era os trinta, trinta e cinco anos."»

Fonte:Iparaiba
Link:http://www.iparaiba.com.br/plantao.php?noticia=103735&categoria=8

2 comentários:

Anónimo disse...

tomo anticoncepcional glacial estou no final da cartela faltam 6 remedios para o termino so q estou com vontade de engravidar dai parei agora e gostaria de saber se teria possiblidade de engravidar ainda este mes

Anónimo disse...

Gostaria saber se o uso prolongado de anticoncepcional, ou seja, por vários meses seguidos, traz algum maleficio a pessoa que porta a síndrome de ovário policistico?