quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Parto de cócoras rende prêmio a grupo do Caism


«Grupo de Parto Alternativo da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp), coordenado pelo médico obstetra José Hugo Sabatino, recebeu o Prêmio Abramge de Medicina. A equipe, que receberá um prêmio no valor de R$ 15 mil, foi escolhida pela Associação Brasileira de Medicina de Grupo por causa do trabalho intitulado Análise Crítica dos Benefícios do Parto Normal em Distintas Posições, que revelou as vantagens para mãe e para o bebê do parto natural na posição de cócoras.

"Foi uma surpresa muito agradável. É uma forma de dar à comunidade o conhecimento sobre o método de resiliência utilizado para a preparação para o casal grávido e para estimular um parto mais natural, com pouca ou nenhuma intervenção médica", disse Sabatino.O grupo vem desenvolvendo esse trabalho no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) desde a década de 80 e é, segundo Sabatino, o único local do País a aplicar esse método de resiliência para facilitar o parto natural de cócoras.

"Em medicina, resiliência é a capacidade que a pessoa tem de superar uma adversidade. E o parto natural é visto por muitos como adversidade", explicou o médico. Esse método ajuda os pais a se prepararem para o nascimento na posição de cócoras. São feitas aulas semanais e consultas com vários profissionais, como psicólogo, professor de ioga e obstetra, além de outros voluntários. "Eles trabalham os principais pilares da humanização, que são respeitar os processos fisiológicos, a participação multiprofissional e respeitar costumes individuais e regionais do casal", informou o médico.

O trabalho de pesquisa revelou que o parto na posição de cócoras apresenta vários benefícios em relação ao realizado na posição ginecológica. Bebês nascidos por esse método obtêm melhor resultado no teste de Apgar, que é feito em recém-nascidos para avaliar a sua saúde. Segundo o obstetra, na posição de litotomia (ou ginecológica) é o médico quem tem mais facilidade para fazer as manobras necessárias para o parto.

"A posição vertical (cócoras) é a mais indicada porque a criança conta com a ajuda da gravidade para percorrer o caminho (até sair do corpo da mãe)", exemplificou. Além disso, acrescentou o médico, a postura provoca uma perda sangüínea menor.Outro benefício é que, nesta posição, a mulher tem que fazer menos esforço. "Na outra, a mãe faz muito esforço e isso traz prejuízos tanto para a mãe quanto para a criança", disse Sabatino. O médico explicou que, na postura de cócoras, a bacia se abre com mais facilidade, favorecendo a saída do bebê.

"Aumenta em até 30% o espaço para a criança sair."A pesquisa mostrou ainda que, quando as mulheres estão deitadas, o útero e o peso do bebê comprimem os vasos sangüíneos (como a aorta e a veia cava), provocando falta de oxigênio. "Isso faz com que a circulação fique comprometida, inclusive a da placenta, e a criança sofre por isso", disse o coordenador do grupo. O grupo também oferece aulas a distância para profissionais dessa área.

Informações sobre o programa estão disponíveis no site www.extecamp.unicamp.br/parto_alternativo. Para agendar uma entrevista, os interessados devem ligar para (19) 32418873 e falar com a psicóloga Sílvia Nogueira Cordeiro.»

Fonte:Cosmo
Link:http://www.cosmo.com.br/cidades/campinas/integra.asp?id=213743

1 comentário:

Anónimo disse...

Se não houvesse uma linguagem científica a explicar o que é óbvio (natural, entenda-se)..... gostei muito desta informação que deixa.