sexta-feira, 4 de abril de 2008

Bebés prematuros: Alimentação adequada para os bebés com pressa de nascer


«Cláudia Pinto
Data: 2008-04-04

Nascer antes da data programada é motivo de grande euforia, mas, não raro, de alguma inquietação por parte dos pais. Muitos não sabem como agir nem que tipo de alimentação dar ao seu bebé. O Jornal do Centro de Saúde foi saber quais as necessidades nutricionais e o tipo de alimentação mais adequada para os bebés que nascem antes do tempo.

Chama-se bebé prematuro a todo aquele que nasce antes das 37 semanas, não cumprindo por isso o tempo previsto na barriga da mãe. Surgem assim diferentes graus de prematuridade. Os bebés que nascem antes das 32 semanas têm um peso normalmente inferior aos que nasceram com 37 semanas.

Um bebé prematuro demora mais tempo a desenvolver-se a nível dos intestinos e do sistema nervoso. “Quanto menor for o número de semanas, maior o número de complicações que podem surgir, sobretudo relacionados com a nutrição”, afirma a Dr.ª Teresa Tomé, Presidente da secção de neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP).

Para um bebé prematuro, é muito complicado mamar ou ingerir o leite. “Estes bebés ainda não têm capacidade de chupar e de deglutir. A coordenação de sucção e deglutição é mais tardia”, afirma a pediatra. Apesar dos bebés prematuros nascerem fora do tempo estipulado, podem ser crianças perfeitamente saudáveis, não devendo os pais entrar em pânico com esta situação mas sentirem-se parte do processo de recuperação e crescimento dos mesmos.

Tipos de alimentação mais frequentes

Os recém-nascidos prematuros necessitam de mais nutrientes do que os de termo. “Estes bebés têm de manter o ritmo de crescimento que tinham na vida intra-uterina”, explica Teresa Tomé. Inicialmente, numa primeira fase de internamento do bebé, “a nutrição faz-se por via intra-venosa".

A isto chama-se alimentação parentérica, direccionada para a circulação. Em simultâneo, pode optar-se pela alimentação entérica, onde se acrescenta um pequeno volume de leite, de forma a estimular o intestino do bebé. “Na alimentação entérica, é idealmente preferido o leite materno”. Como os bebés não podem ir ao seio mamar, “a mãe extrai o leite, coloca no biberão e dá-se ao bebé através de uma sonda”.

O leite materno é um verdadeiro seguro de saúde

“Tanto para os bebés prematuros como para os bebés de termo, o leite materno é o ideal”, afirma a pediatra. São conhecidos vários suportes ao aleitamento materno, quer nos centros de saúde, quer em ambiente hospitalar.

“O leite materno ultrapassa as vantagens nutricionais, dado que é extremamente importante do ponto de vista psicológico. Há evidência científica que indica que o leite materno diminui mais tarde a ocorrência da obesidade e das doenças comuns, como por exemplo, a diabetes e a hipertensão”, explica Presidente da secção de neonatologia da SPP. Não é pois de estranhar que haja quem afirme que o leite materno é um verdadeiro seguro de saúde.

A alimentação através do leite materno permite ainda estimular o contacto físico entre as mães e os seus filhos. “Uma vez que o bebé está internado, o leite materno vai fazer com que as mães se sintam uma parte útil do crescimento do bebé enquanto está internado”, explica Teresa Tomé. A mãe transmite, assim, factores biológicos que constituem enormes defesas para o bebé.

A partir das duas semanas, “o bebé começa a tomar um suplemento de ferro e um suplemento vitamínico. Por vezes, é também necessário suplementar o leite materno com um reforço nutricional. Normalmente, há uns produtos intitulados fortificantes do leite materno que vão reforçar a composição desse leite, no que respeita à aquisição de vitaminas e proteínas, de forma a garantir um melhor crescimento”, fundamenta Teresa Tomé.

Ainda não são conhecidas as necessidades ideais para o bebé crescer. Por outro lado, sabe-se que “o bebé tem de crescer bem, através de boas escolhas nutricionais”. Actualmente, a Organização Mundial de Saúde preconiza o aleitamento materno em exclusivo, até aos seis meses, se possível. “Defende ainda a manutenção do aleitamento materno, não exclusivamente, até aos dois anos”, conclui a pediatra.

Fonte: Jornal do Centro de Saúde»

Fonte:Médicos de Portugal
Link:http://www.medicosdeportugal.iol.pt/action/2/cnt_id/1831/

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