segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Pais tardios estão mais preparados para a paternidade


«Eles acumulam maior experiência e também já estão mais resolvidos economica e socialmente, na maior parte das vezes

Flávia Gradowski Sampaio

Os homens estão optando por prorrogar a paternidade. Se antes decidiam ser pai aos 20 ou no máximo 30 anos, hoje chegam aos 40 ou 50 com filhos pequenos, ou até sem eles. Essa geração de pais se apresenta como uma classe crescente na sociedade. Ser pai aos 40 anos já não é mais considerado tardio, e sim esperado. É a fase onde as pessoas estão mais organizadas e tem recursos para lidar melhor com esse sentimento. Essa posição coincide ou até acompanha a postura feminina das últimas décadas, quando as mulheres começaram a retardar a primeira gestação em favor da realização profissional.

Inclusive a prorrogação da paternidade está atrelada muito provavelmente à independência da mulher do século 21. Em virtude de sua carreira profissional, deixam para engravidar mais tarde e o homem acaba seguindo essa tendência. Muitos dos pais que optam pela paternidade adiada já se realizaram em diversos aspectos de sua vida, como a área financeira, profissional e social e querem então dar continuidade a família e viver a fase da paternidade de maneira intensa.

“Depois de 10 anos de casamento é que veio o filho. A experiência de ser pai não tão jovem é magnífica. Eu sou mais maduro e consigo passar conceitos para o meu filho da forma mais adequada. Trato ele como amigo e ele faz da mesma forma, por isso acredito que mais para frente, quando eu ficar mais velho e ele estiver na sua adolescência, não teremos problemas”, disse Armando Mattioli Filho, com 41 anos e um filho de seis anos, Natan.

O desejo de prolongar a primeira etapa de sua vida, curtir o casamento e se firmar como profissional faz com que o entendimento do mundo e a experiência sejam pontos primordiais a serem repassados aos filhos. A forma de educar acaba sendo outra. Os ideais mudam e a forma como os conceitos serão repassados também.

“Hoje em dia eu tenho um entendimento muito melhor da idade e da cabeça das crianças. Consigo perceber a importância de dedicar mais tempo a elas e ser mais participativo. A paciência e todo o entendimento em relação a elas aumentam ao longo dos anos e coisas que me deixariam muito bravo em outros tempos já não acontecem com tanta intensidade”, contou Paulo Roberto Medeiros, 57 anos, que teve a oportunidade de experimentar a paternidade aos 32 anos, e mais rcentemente, pai de gêmeas de cinco anos. A primeira filha já está com 25 anos.

Outro lado — Por outro lado, o cansaço de pais mais velhos muitas vezes é vencido pela contestação dos jovens e adolescentes. As conseqüências do adiamento da paternidade aparecem, por vezes, na dificuldade em lidar com a energia e disposição dos filhos. A preocupação com a saúde exige cuidado e dedicação intensos. Quanto mais velhos ficam, menor é o pique e maiores são as transformações da sociedade.
“Quanto à idade em si não vejo problema, porque tudo depende do estado de espírito da pessoa. Eu acho melhor ser pai mais velho por ser uma pessoa mais madura. A experiência nos dá condição de prepará-las melhor para o mundo. Mas também exige uma preocupação maior com a saúde, um preparo físico mais intenso. Se queremos estar sempre inseridos no mundo dos nossos filhos, precisamos acompanhá-los”, comentou Paulo.»

Fonte:Bem Parana
Link:http://www.bemparana.com.br/index.php?n=77473&t=pais-tardios-estao-mais-preparados-para-a-paternidade

Sem comentários: