quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Risco de fecho afecta sobretudo maternidades privadas do Norte


«Risco de fecho afecta sobretudo maternidades privadas do Norte
A maior parte das unidades do Norte do País não vão ter dimensão para responder às novas regras que o Ministério da Saúde vai impor. De acordo com Luís Graça, presidente do colégio da especialidade de ginecologia e obstetrícia da Ordem dos Médicos, "até há pouco tempo, nenhuma das unidades do Norte tinha os recursos humanos necessários. As unidades mais pequenas nem sequer têm enfermeiras parteiras escaladas", diz.

Na região Norte, encontram-se 17 das 25 unidades analisadas pela Entidade Reguladora da Saúde em 2006. Mas são três clínicas de Lisboa que fizeram 50% dos partos do sector privado. "Até há pouco tempo, nenhuma das unidades da região tinha um serviço semelhante a estes. Não há enfermeiras especializadas em obstetrícia e saúde materna", refere.

As novas regras, que integram um documento desenvolvido por um grupo de trabalho, que Luís Graça integrou, esperam agora aprovação do Ministério da Saúde, mas não impõem um número mínimo de partos. Entre elas está a obrigatoriedade de as unidades com urgência aberta ao exterior terem de ter uma equipa mínima de dois obstetras, duas enfermeiras, anestesista e pediatra 24 horas por dia. Se for uma urgência fechada, "em que um médico acompanha a grávida, é necessário estar uma enfermeira", diz o médico. Os restantes especialistas devem estar no máximo a 30 minutos de distância. Um serviço de sangue e laboratório de análises 24 horas por dia são outras necessidades. Rosário Côto, presidente da comissão de especialidade em saúde materna e obstétrica da Ordem dos Enfermeiros, acrescenta que as unidades com cuidados intensivos "têm de ter uma enfermeira especialista em pediatria".

Apesar de a maior parte das unidades não terem urgência aberta, ou apenas urgência geral, os custos que estas novas regras vão implicar podem ser difíceis de suportar. As unidades precisam de fazer "500 a 600 partos/ano para serem rentáveis". O estabelecimento de acordos ou fusões é uma das soluções que Luís Graça aponta.

Teófilo Leite, presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, admite que as regras vão induzir "a reorganização e a concentração, tal como já acontece em Lisboa. No entanto, a actividade dos privados está a aumentar", conclui.|»

Fonte:Diário de noticias
Link:http://dn.sapo.pt/2008/08/25/sociedade/risco_fecho_afecta_sobretudo_materni.html

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