quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Apoios aos casais tardam em chegar


«A notícia foi bem recebida há um ano mas, na prática, os casais com problemas de fertilidade continuam à espera dos apoios do Governo.


Foi em Novembro de 2007 que o Primeiro-ministro anunciou o financiamento da primeira linha de tratamentos e do primeiro ciclo da segunda linha.

Um ano passou e para estes casais nada aconteceu. Os apoios prometidos tardam em chegar, as filas de espera nos hospitais públicos são agora ainda mais extensas.

Mário Sousa, investigador na área da reprodução medicamente assistida e professor de Biologia Celular do Instituto Abel Salazar, diz que os hospitais públicos não conseguem dar resposta aos pedidos de ajuda que surgem diariamente e que as listas de espera “agravaram-se bastante”.

Os casais estão cada vez mais bem informados, cada vez mais tentam procurar ajuda, mas para milhares de pessoas as portas dos hospitais públicos estão fechadas.

“Os hospitais não estão dotados de uma infra-estrutura de grande dimensão e, como não estão, não têm capacidade para acolher tantos milhares de pedidos”, afirma o investigador Mário Sousa.

As estimativas indicam que 10% dos casais tem dificuldades em conseguir ter filhos. No caso das mulheres, quanto mais tempo o processo de arrasta, menores são as probabilidades de sucesso, adverte Mário Sousa.

Este cenário das listas de espera cada vez mais extensas é confirmado à Renascença pela Associação Portuguesa de Fertilidade que, esta quarta-feira, promove uma acção de sensibilização na Assembleia da República.

Filomena Gonçalves, da Associação Portuguesa de Fertilidade, explicou à Renascença que o objectivo é imprimir “mais celeridade na aplicação prática das medidas de financiamento prometidas há um ano, para o Orçamento de Estado para 2008”.

“Compreendemos que estão a ser desenvolvidos esforços para a criação de infra-estruturas no Serviço Nacional de Saúde e um programa para o encaminhamento de casais para o sector privado, mas já passou um ano e estes casais continuam com alguma expectativa”, refere Filomena Gonçalves.

RV/Joana Bénard da Costa»

Fonte:Rádio Renascença

Link:http://www.rr.pt/InformacaoDetalhe.aspx?AreaId=11&ContentId=264894


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