sexta-feira, 15 de maio de 2009

Acabe com alguns mitos da maternidade



"Em todos os campos, teoria e prática não são exatamente iguais. E quando o campo em questão é a maternidade, essas diferenças são ainda maiores. Depois de nove meses de expectativas, começa uma nova rotina com o bebê em casa.


E com ele e todo o universo de novidades, vêm os conselhos, experiências, relatos e palpites sobre como cuidar, lidar e solucionar as dúvidas com o pequeno ser. "Toda socialização têm seu aspecto positivo, pois surgem benefícios para a diminuição da ansiedade materna, mas é sempre adequado lembrar que os limites da normalidade devem ser estabelecidos por um profissional habilitado", diz o médico pediatra Augusto Pisati, da Universidade de São Paulo.


Veja abaixo alguns palpites bastante ouvidos e conselhos elaborados por Jenny Rosén, autora do livro 50 Maneiras de Criar seu Bebê sem Frescura:


"O bebê está chorando muito porque está com fome.

Seu leite é fraco e poderíamos começar a dar leite. Tenho uma receita ótima"Não existe leite fraco. O leite materno fornece todos os nutrientes necessários para a alimentação do recém-nascido. O choro pode mesmo ser sinal de fome. Mas a decisão de parar com o aleitamento materno não pode, nunca, ser baseada em palpites, mesmo que bem intencionados. "Amamentei a Lorena até um ano e um mês e ela não gostava de mamadeiras, tomava suco no copinho", conta Jenny. Isso foi conseguido com persistência e sessões de choro, já que é normal a produção de leite não ser suficiente nas primeiras semanas após o nascimento. "A mãe tem de ser guerreira e insistir. Tirando alguns problemas nos quais a mulher realmente não produz leite em quantidade, 99% dos casos é porque é mais cômodo não amamentar no peito", diz. O acompanhamento constante pelo pediatra pode monitorar o ganho de peso da criança e, se necessário, ele prescreverá outro tipo de alimento.


"O bebê está lindo. Só precisa engordar um pouquinho. Está muito magrinho

"Gordura não é sinônimo de saúde, nem para bebês. O importante é a criança estar dentro da linha de desenvolvimento, crescimento e ganho de peso proporcional ao seu tamanho no momento do nascimento. Um bebê que nasceu com 2,9 kg, por exemplo, não terá o mesmo peso ou aparência de outro cujo peso beirou os 4kg no nascimento.


"O filho do fulano já segura tudo com as mãozinhas e sempre ri quando me vê e o outro andou com 10 meses"

"Existe um receio de nossos filhos estarem em desvantagem. Cada criança tem seu tempo que deve ser respeitado. De forma alguma torne a comparação uma cobrança para seu filho. O estímulo tem de ser como uma brincadeira , uma diversão que leve o bebê a superar naturalmente os seus limites", diz Jenny Rosén. É importante apenas manter o desenvolvimento acompanhado por um profissional que possa detectar possíveis problemas.


"Se não deixar o bebê chorando, ele nunca vai aprender a ficar ou a dormir sozinho"

"A maneira de o bebê se comunicar nos primeiros meses é com o choro; portanto não significa sempre um problema ou dor. A função dos pais não é de nenhuma maneira fazer cessar o choro, e sim de tentar entender o que acontece", diz Augusto Pisati. Aos poucos, os pais vão entendendo o que significa cada um dos choros do bebê. Até isso acontecer, não tente impor técnicas e regras ao pequeno. "Pegar seu filho recém-nascido no colo quando ele chora não vai mimá-lo. Também acredito que não se deve deixar o bebê chorando desnecessariamente nos primeiros meses. Nessa fase, ainda não existe a manha. Se eles choram é porque algo está errado. Não acredite que deixá-los chorar por horas durante a madrugada fará com que não despertem na noite seguinte", diz Jenny Rosén.


"Você não poderá sair de casa até o bebê ter seis meses. Viagens, então, pode esquecer"

"O importante é a estimulação a que a criança é exposta e não o fato de sair de casa", diz Jenny Rosén. Mas isso não impede que o bebê saia de casa. Até os dois meses de idade, apenas evite lugares aglomerados. "Uma dica é levar o bebê no carrinho, pois inibe que as pessoas a manipulem e peguem muito no colo", diz o pediatra Augusto Pisati. O especialista da a medida: a época ideal é quando os pais sentirem necessidade. "Uma voltinha no parque ou uma visita rápida aos amigos são ótimos programas", diz Rosén, que saiu pela primeira vez com sua filha Lorena quando ela tinha apenas 8 dias - antes dos 3 meses a bebê ia a todos os lugares. Lorena foi à praia pela primeira vez com 2 meses.


"Não deixe o bebê dormir de barriga para cima, pois ele pode vomitar e até morrer engasgado"

O bebê pode dormir de barriga para cima. Basta virar sua cabeça para o lado. Vale também tentar colocá-lo de lado, mas é difícil que permaneçam nesta posição. O que não é recomendado é deixar o bebê de bruços, pois essa posição é que está associada à Síndrome da Morte Súbita. Com o passar dos meses, deixe o bebê dormir na posição que ele quiser.


"Como ele é bonzinho. Não chora e não sai do colo. Parabéns"

Alguns bebês são mais tranqüilos, outros mais agitados. A medida aqui é descobrir se você o está estimulando e permitindo que ele exercite sua curiosidade. Jenny Rosén dá um exemplo em seu livro. "As novas situações às quais é exposto são essenciais para que o bebê crie importantes ligações cerebrais, que serão responsáveis por toda iniciativa e criatividade que ele apresentará ao longo da vida. Uma ocasião, na casa de amigos, estávamos com dois outros meninos de idades próximas a um ano. Lorena e um dos meninos, soltos, iam de lá para cá, enquanto o outro não saia do colo dos pais. Ficava lá, contido, observando tudo, sem interagir. A impressão que eu tive, naquela noite era de observar uma criança quase apática, sem reações. Considero esse comportamento fruto de um equívoco dos pais ao lidar com o filho, pois a curiosidade é desenvolvida com estímulos, ou seja, quanto mais aprende, mais a criança se interessa em saber. Aquele bebê não tinha atitude, não mostrava as suas vontades, não pedia para descer do colo e explorar o ambiente. Os pais acreditavam que era melhor para o filho ficar no colo, sem correr riscos de se machucar. Mas, na verdade, aqueles pais, inconscientemente, só estavam tornando tudo mais difícil para a criança. Eles não estavam permitindo que o bebê se tornasse independente."


"Você deixa esse bebê muito descoberto. Ele não pode tomar friagem"

A dica é não exagerar. O bebê deve estar apenas um pouco mais agasalhado do que você. "Saiba que um dos principais motivos de choro sem razão aparente é o calor. Experimente tirar uma peça do vestuário do seu filho e veja se ele não se acalma imediatamente", diz a autora. Uma dica é perceber a sensação térmica do bebê por meio da temperatura dos pés e mãos, que devem sempre estar mornos e nunca suados ou quentes.
Redação Terra"



Fonte:Terra

Sem comentários: